O Limeira foi o nosso Cinema Paradiso. Nos anos 60, as garotas se empolgavam com os atores de Hollywood como, Tony Curtis, Rock Hudson, Elvis Presley e James Dean. Tony e Rock eram admirados pelo grupo das românticas, enquanto Elvis e James Dean pelas que admiravam atores rebeldes.
Muitos pais chegaram a proibir suas filhas de irem ao cinema, por acreditarem que tais filmes pudessem desviá-las para o mal caminho.
Caso a garota apresentasse um boletim com notas baixas, ficava proibida de ir ao cinema. Esse “castigo” também se aplicava aos garotos. Uma coisa era certa: nenhum deles queria perder um seriado ou um bom filme.
Havia um cantor que também atuava; seu nome: Pat Boone. Era admirado por sua seriedade e simpatia. Sempre que um dos seus filmes entrava em cartaz, a procura era grande. Todas as garotas esperavam que ele desse um beijo na atriz. Mas, devido à sua religião, isso nunca acontecia.
Lembro-me da última cena de um filme, onde Pat e uma atriz se divertiam numa roda gigante... Quando eles estavam prestes a se beijar, a imagem do filme começou a escurecer, surgindo então a legenda “The End” (FIM).
Um dos meus passatempos era montar álbuns com fotos e recortes de astros e estrelas, publicados na revista “O Cruzeiro”. Essas fotos também serviram para mudar o comportamento da geração dos anos 60, tanto com relação aos cortes de cabelo quanto a maneira de se vestir.
Todos os domingos, as irmãs concepcionistas levavam as internas do colégio e as órfãs do Abrigo Jesus Maria José para assistirem de graça à uma matinê. Quando as alunas eram conduzidas ao cinema, uma freira seguia adiante de braços dados com uma delas.
Os alunos do Ginásio São José também eram levados, sob a vigilância de um irmão. Quando os grupos se encontravam era um festival de galanteios e troca de olhares
*Artista plástica e poetisa
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