sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

A vida sempre imita a arte (Roberto de Souza)


Até onde o cinema interfere e estimula a capacidade criativa do homem? É impressionante como evoluções passadas e futuras da Medicina sempre têm um relacionamento muito próximo com a imaginação fértil de um cineasta e seus efeitos especiais. Juntas, a Medicina e a Engenharia, colaboraram fielmente para os avanços da cardiologia e reabilitação motora, utilizando princípios físicos, bioquímicos e fisiológicos. Quem não se lembra de filmes como: Blade Runner, O Caçador de Andróides com ator Harrison Ford (1982)? Falava sobre um ex-policial que era obrigado a descobrir e eliminar “replicantes” (andróides) no ano de 2019; ou, Star Wars, lançado em 1977, utilizava armas lasers contra o vilão Darth Vader.

Ficção científica ou realidade?

Na Engenharia de Reabilitação utilizam-se métodos biomecânicos no desenvolvimento de braços biônicos para vítimas de amputação. Sensores são conectados em pontos específicos no corpo do paciente onde transformam sinais fisiológicos transmitidos por ondas celebrais em sinais elétricos compreendidos por microprocessadores, promovendo movimentos naturais como de um braço real; não esquecendo os transdutores de calor (eletrodos), responsáveis por detectar objetos com temperaturas elevadas para não ocorrer nenhum dano à borracha que reveste o braço biônico (simulando um tecido).

A fusão homem/máquina na Medicina nunca foi uma novidade, apesar de “despercebida”. Equipamentos como ventiladores- pulmonares, hemodiálises e circulação extracorpórea que faz o sangue circular enquanto o coração do paciente está parado para a cirurgia, mostram esta realidade que no passado era apenas ficção. Novas tecnologias estão sendo desenvolvidas na Bioengenharia, como o coração mecânico, que no futuro muito próximo, irá amenizar a dor de pacientes que esperam por uma doação, além do já conhecido marca passo, que simula o nódulo sino atrial responsável por emitir corrente elétrica que gera o batimento cardíaco.

Temos: braço biônico e marca passo. Na falta de rins temos hemodiálise e, na falta de pernas, próteses biônicas com fibra de carbono e várias outras parafernálias que a Engenharia Biomédica pode criar. Bem ou mau, o que se espera para 2019 na era da nanotecnologia? Andróides? Quem sabe.
* Especialista e Mestrando em Engenharia Biomédica (Unicamp/SP)

Foto: http://oglobo.globo.com/blogs/arquivos/alt_PH2006091302274%5B1%5D.jpg

Nenhum comentário:

Postar um comentário